dc.description.resumo | Paneiro é um artefato acessível a todos os brasileiros das aldeias, das ribeiras e dos campos. É feito de matéria-prima extraída da floresta, geralmente de cipós, e tecido a partir de conhecimentos milenares, passados de geração para geração, daí o fato de se encontrar diversos modelos e variados tipos de trançados, os quais ilustram a diversidade cultural dos povos que o fazem e o utilizam. E como bem expressa a música do grupo amazonense, Raízes Caboclas, o paneiro, além de ser um artefato comum e acessível, é carregado de significado, de simbolismo, como expressa o verso “A lição que o paneiro ensina / Como é bela a união”. Essa “bela união”, que resulta do entrelaçamento dos fios do paneiro, é uma imagem que pode ser percebida de várias maneiras. Pois, à semelhança do entrelaçamento das talas que, juntas, resultam em um utensílio forte e capaz de transportar os alimentos que a “mãe terra” dá, como dizem muitos indígenas, também é bela a (re)união de pessoas na realização de um trabalho de forma coletiva, como o conhecido puxirum indígena. Por exemplo, no processo de produção da farinha, em que os comunitários se organizam para colaborar uns com os outros, iniciando o trabalho com os puxiruns para fazer o roçado, a plantação, a colheita, enfim, todo o processo de produção, que geralmente se dá em grupo. Essa imagem de força que resulta da união, também pode ser estendida ao transporte de diversos alimentos – mandioca, farinha, açaí, bacaba, milho, banana, etc. – facilitado pelo uso do paneiro que os acolhe e carrega, desde o local da roça ou plantação para a casa dos indígenas, ou para o barco, o carro ou a carroça, a fim de serem consumidos ou comercializados. | pt_BR |