dc.description.resumo | Abrir uma obra é tarefa extremamente difícil. O processo é mais laborioso quando se trata da apresentação de um trabalho composto por pessoas das quais temos imensa admiração, carinho e um profundo respeito acadêmico, como ocorre comigo aqui. Tarefa difícil essa, mas altamente honrosa. A leitura me colocou na posição de dialogar com inúmeras vozes, abrindo-me para composições ensaísticas interessantes. A meu ver, esse movimento de abertura do pensamento, em múltiplas conexões, é demasiadamente potente. Portanto, o resumo inicial que faço acerca desta obra é a de que ela se produz como linha de força e como potência para novos agenciamentos. Os conceitos abordados, a partir de vieses de vários autores, com articulação à filosofia francesa, com foco nos estudos foucaultianos, mobilizam o pensar sobre a educação, sobretudo a educação na diferença, no/do cotidiano escolar, a partir de práticas educativas singulares. Escolho iniciar contextualizando o cenário histórico-social e político de emergência desta produção, que incide – a meu ver – num desafio para os organizadores e autores, quando busca em seus escritos abordar a diferença e as intersecções deste conceito filosófico, no âmbito da vida pública. A obra nasce em um cenário social caótico e se coloca como campo analítico, a partir da perspectiva foucaultiana e das políticas da diferença, com o lócus de demarcar a necessária presença das experimentações-singularizações na/da educação e na/da escola. Portanto, ‘entro’ na obra destacando o contexto de guerra político-ideológico no Brasil, advindos também pelas produções de notícias falsas e de discursos ideológicos de oposição à educação, à ciência, à pesquisa e aos conhecimentos culturalmente construídos. Produções que tomam efeitos devastadores e que foram lançados em nosso país desde a campanha eleitoral para a candidatura da atual presidência da república, em 2018. | pt_BR |