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Título: Vulnerabilidade e estratégias de auto-organização das comunidades quilombolas do Pará diante da pandemia de Covid-19
metadata.dc.creator: NASCIMENTO, Veridiana Barreto do
Palavras-chave: Auto-organização;Comunicação;Comunidades quilombolas;Pandemia – Covid-19;vulnerabilidade
Data do documento: 12-Abr-2023
Editor: Universidade Federal do Oeste do Pará
Citação: NASCIMENTO, Veridiana Barreto do. Vulnerabilidade e estratégias de auto-organização das comunidades quilombolas do Pará diante da pandemia de Covid-19. Orientadora: Luciana Gonçalves de Carvalho. Coorientadora: Daniela de Melo e Silva. 2023. 139 f. Tese (Doutorado em Ciências Ambientais) - Programa de Pós-graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1010
Abstract: The World Health Organization (WHO) declared a pandemic of covid-19 in March 2020. The process of internalization of this disease in the Amazon happened quickly, reaching municipalities with little infrastructure and scarce health resources. Since then, on the national scene, the quilombola communities of Pará are among those that have suffered the most impacts from the pandemic. Without state support to monitor and control the disease in their territories, these communities have undertaken their own organizational strategies to minimize the effects of the pandemic. The research aim is analyze the vulnerabilities of the quilombola population of Pará in the covid-19 pandemic and the strategies used to cope with this disease. Research with qualitative methods, including field research, documentary research and participant observation in an exploratory and descriptive cross-sectional investigation. Semi-structured interviews were conducted with quilombola leaders from different territories in Santarém. Through an invitation from the Coordination of Associations of Quilombo Remnant Communities of Pará (Malungu) and participation in the actions of the Omulu project, participant observations resulted in an accumulated experiences and enabled dialogues through interactive groups formed by quilombola residents in the territories of Santarém. In quilombos of Santarém, the Omulu project enabled the creation of a network of relationships among different partners for the implementation of humanitarian and communicative health actions to meet the demands of the quilombola population. Based on scientific evidence and on the local reality, they created mechanisms for emergency intervention, but which are still in place today. At the state level, Malungu has also invested in the dissemination of educational messages. Social media have proven to be an important educational communication tool to minimize the negative impacts caused by the pandemic. Among the combats prioritized by the quilombola collective organizations, the fake news received special attention, since they directly impacted the decision about vaccination. False news that linked vaccines to death risks, demonization and loss of humanity and autonomy were among the most relevant. The Covid-19 pandemic expressed how vulnerable the quilombola population of Pará is, especially in the programmatic dimension, since many territories have no health care or even no local health care professional, such as a health agent. However, with the history of struggles for rights, leaders and associations joined forces to seek strategies that were necessary to minimize the effects of the pandemic. The partnership with educational institutions was essential to form a group of volunteers who, on different fronts, acted to mitigate, for example, the impacts of fake news and educational activities, even in a virtual way, contributed to health education in time of pandemic. The reflexes of the pandemic in the quilombola territories of Pará are still experienced today, and the fight for better health in the territories continues, with the monitoring of strategies that take health care into the territories and the implementation of public policies with practices compatible with the rights and reality of the quilombola territories.
Resumo: A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de covid-19, em março de 2020. O processo de interiorização dessa doença, na Amazônia, aconteceu rapidamente, atingindo municípios com pouca infraestrutura e escassez de recursos de saúde. Desde então, no cenário nacional, as comunidades quilombolas do Pará estão entre as que mais sofreram impactos decorrentes da pandemia. Sem apoio do Estado para monitorar e controlar a doença em seus territórios, essas comunidades empreenderam estratégias próprias de organização para minimizar os efeitos da pandemia. O objetivo da tese foi analisar as vulnerabilidades da população quilombola do Pará na pandemia de covid-19 e as estratégias utilizadas para o enfrentamento dessa doença. Pesquisa com método qualitativo, entre os quais: pesquisa de campo, pesquisa documental e observação participante em uma investigação exploratória e descritiva, com corte transversal. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas com líderes quilombolas de diferentes territórios de Santarém. Através de um convite da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará (Malungu) e da participação nas ações do projeto Omulu, as observações participantes resultaram em experiências acumuladas e possibilitaram diálogos através dos grupos interativos formados por quilombolas residentes dos territórios de Santarém. Nos quilombos de Santarém, o projeto Omulu possibilitou a criação de uma rede de relações entre diferentes parceiros para a implementação de ações humanitárias de comunicativas em saúde para atender as demandas da população quilombola. Baseada em evidências científicas e na realidade local, criaram mecanismos de intervenção emergencial, mas também que se mantem na atualidade. A nível estadual, a Malungu também investiu na divulgação de mensagens educativas. As mídias sociais se mostraram importante instrumento de comunicação educacional para minimizar os impactos negativos causados pela pandemia. Entre os combates priorizados pelas organizações coletivas quilombolas, as fake news receberam atenção especial, visto que impactaram diretamente a decisão sobre vacinação. Notícias falsas que relacionavam as vacinas à riscos de morte, demonização e perda de humanidade e autonomia figuraram entre as mais relevantes. A pandemia de covid-19 expressou o quanto a população quilombola do Pará está vulnerável, especialmente na dimensão programática, uma vez que muitos territórios não contam com nenhuma assistência à saúde ou até mesmo sem um profissional local de saúde, como o agente de saúde. Porém, com o histórico de lutas por direitos, lideranças e associações uniram forças para buscar estratégias que fossem necessárias para minimizar os efeitos da pandemia. A parceria com instituições de ensino foi essencial para formar um grupo de voluntários que, em diferentes frentes, atuou para atenuar, por exemplo, os impactos das fake news e com atividades educativas, mesmo de forma virtual, contribuíram para a educação em saúde em tempo de pandemia. Os reflexos da pandemia nos territórios quilombolas do Pará ainda são vivenciados nos dias atuais, e a luta por uma melhor saúde nos territórios prossegue, com o seguimento de estratégias que levam assistência em saúde para dentro dos territórios e com a efetivação de políticas públicas com práticas compatíveis com os direitos e a realidade dos territórios quilombolas.
URI: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1010
Aparece nas coleções:Teses em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (Doutorado)

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