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Título: "Vem cá que sucuri tá me levando" Mediação entre humanos e não-humanos e a construção de territórios das águas na comunidade de Pixuna do Tapará (Santarém-Pará)
metadata.dc.creator: SANTOS, Pauliana Vinhote dos
Palavras-chave: Pesca;Mundo visível e mundo invisível;Visagem
Data do documento: 2019
Editor: Universidade Federal do Oeste do Pará
Citação: SANTOS, Pauliana Vinhote dos. "Vem cá que sucuri tá me levando" Mediação entre humanos e não-humanos e a construção de territórios das águas na comunidade de Pixuna do Tapará (Santarém-Pará). Orientador: Rubens Elias da Silva. 2019. 121f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Sociedade) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Sociedade, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/433 Acesso em:
Resumo: Essa dissertação tem como objetivo identificar como os acordos de pescas são construídos e organizados tendo em vista a organização do território, e entender se as questões simbólicas da pesca influenciam de alguma forma nesse processo de construção dos acordos de pesca na comunidade de Pixuna do Tapará, Santarém/Brasil. Para isso, foi necessário compreender como essa comunidade está organizada socialmente e como são feitas as tomadas de decisões na construção dos acordos de pesca. Mapear a ocupação do território por diferentes atores sociais que disputam o uso dos recursos pesqueiros, e os diversos conflitos advindos do acesso e do uso dos lagos e locais de pesca nessas comunidades. Entender como são construídos os territórios entre os humanos e os não-humanos e como isso influencia as relações comunitárias. A metodologia empreendida deu-se por meio da pesquisa etnográfica, com técnicas de coletas de dados, como a história oral, observação participante, diário de campo, registros fotográficos e entrevistas semiestruturadas. Estes são discutidos nas reuniões comunitárias, nas assembleias da Z-20. A infração é uma sanção aplicada por quem infringe o acordo de pesca, esta pode ser pelo que está previsto no regimento interno da comunidade ou pode ser as sanções aplicadas pelos encantados, no mundo do invisível, porém perceptível. Durante a pesquisa de campo, percebi na fala dos interlocutores como o paradoxo se articula: ao mesmo tempo que eles afirmam não acreditar nos encantados, conhecem alguém próximo que viu ou sofreu punições – malinesas – destas divindades. Estes interlocutores que afirmam não acreditar têm medo das divindades. Na comunidade de Pixuna, os relatos são que as botas seduzem e perseguem os homens, a bota se personifica na figura de uma linda mulher, branca, loira dos olhos claros e muito bonita. Não há amor envolvido, só uma conjunção carnal e um temor dos homens. Neste momento entra a figura do pajé ou curador: somente essas duas figuras podem fazer o trabalho de pajelança para afastar a bota e impedir que o homem morra ou seja levado para o fundo, no mundo do encante. Os resultados mostram que a construção desses territórios se dá através dos acordos de pescas, no entanto, para a implementação deste, faz-se necessário pesar a presença dos não-humanos nos territórios lacustres da várzea e como essa presença reordena e espaço, atribuindo novos sentidos sociais.
URI: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/433
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