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Título: Água de beber e água de banhar: estudo socioambiental sobre gênero e insegurança hídrica domiciliar na várzea do Baixo Amazonas
metadata.dc.creator: TRINDADE, Andreza Barbosa
Palavras-chave: Hwise;Insegurança hídrica;Várzea;Amazônia;Gênero e mulheres
Data do documento: 7-Jul-2023
Editor: Universidade Federal do Oeste do Pará
Citação: TRINDADE, Andreza Barbosa. Água de beber e água de banhar: estudo socioambiental sobre gênero e insegurança hídrica domiciliar na várzea do Baixo Amazonas. Orientador: Rubens Elias Duarte Nogueira. Coorientadora; Paula Alves Tomaz. 2023.141f. Dissertação (Mestrado em Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida) - Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Ambiente e Qualidade de Vida, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1214
Abstract: The present research analyzed the situation surrounding deprivations in access and household water management in a Varzeira community in Lower Amazonas. The main objective was to verify household water insecurity and the vulnerabilities of women in a region where there are unsafe water sources. Gender was studied as an analytical, relational category, where women and girls are the main ones affected in their socio-environmental, cultural and historical context, as they are socially responsible for domestic chores and care, thus the production and reproduction of life in their community context. We pay attention to this problem, based on a paradoxical relationship in the Brazilian Amazon: the natural abundance of water versus the scarcity in homes, as well as the inadequate quality of the services available. The methodologies has consisted of the descriptive analysis of statistical data, the social practices of these women and girls around water relations and a bibliographic and documentary survey, configured as qualitative and quantitative. The following stages were constituted: collection of secondary data; systematic research; pre-field; population organization and sampling; preparation of questionnaires; Implementation of the household water insecurity scale and questionnaire to collect primary sociodemographic data; analysis and interpretation of data. Between October 2022 and March 2023, we collected data from 82 households whose random sample found 141 women, 101 of whom were of menstrual age. The results obtained through the application of the household water insecurity scale and sociodemographic questionnaire highlighted the situation of women in households. In 85% of cases, women are primarily responsible for taking care of water in homes. 15% of women are black/black while (75%) are brown. 70.13% of women in the sample were of menstrual age, demonstrating vulnerability regarding feminine hygiene. Income and unpaid domestic work associated with greater water insecurity were also assessed. Using 12 variables on the scale, the frequency in which there was concern, interruption or impediment to washing clothes, washing hands and bathing was assessed over the last four weeks. Changes in daily planning were evaluated due to the interruption or absence of water, changes or impediments in food preparation. The other variables verified at household level refer to perceived stress (shame, anger or irritation) in relation to the ways of obtaining, domestic management and storage of the water they consume, the availability of water to drink based on the preference of the women who made up households. Households with a greater number of women tend to have greater water insecurity, showing that women are more vulnerable to issues such as menstrual hygiene and domestic care activities, which include caring for children, the elderly and people who are sick at home. The identification and characterization of water insecurity, as well as household water management in the Amazon region, encourage the debate on public policies from a gender perspective.
Resumo: A presente pesquisa observou a situaÁ„o em torno das privaÁıes ao acesso e gest„o domiciliar da ·gua numa comunidade varzeira do Baixo Amazonas. O objetivo principal foi verificar a inseguranÁa hÌdrica domiciliar e as vulnerabilidades de mulheres numa regi„o onde h· fontes de ·gua inseguras. Estudou-se gÍnero enquanto categoria analÌtica, relacional, onde mulheres e meninas s„o as principais afetadas em seu contexto socioambiental, cultural e histÛrico, por estarem socialmente responsabilizadas pelos afazeres e cuidados domÈsticos, na produÁ„o e reproduÁ„o da vida em seu contexto comunit·rio. Atentamos para essa problem·tica, a partir de uma relaÁ„o paradoxal na AmazÙnia brasileira: o da abund‚ncia in natura de ·gua versus a escassez nas residÍncias, bem como a m· qualidade dos serviÁos disponibilizados. As metodologias empregadas consistiram na an·lise descritiva dos dados estatÌsticos, das pr·ticas sociais dessas mulheres e meninas em torno das relaÁıes hÌdricas e levantamento bibliogr·fico e documental, configurando-se como qualiquantitativa. Constituiu-se as seguintes etapas: levantamento de dados secund·rios; pesquisa sistem·tica; prÈ-campo; organizaÁ„o da populaÁ„o e amostragem; elaboraÁ„o dos question·rios; implementaÁ„o da escala de inseguranÁa hÌdrica domiciliar e question·rio para coleta de dados prim·rios sociodemogr·ficos; an·lise e interpretaÁ„o dos dados. Entre outubro de 2022 e marÁo de 2023, coletou-se dados de 82 agregados familiares cuja amostra aleatÛria constatou 141 mulheres, sendo 101 em idade menstrual. Os resultados obtidos por meio da aplicaÁ„o da escala de inseguranÁa hÌdrica domiciliar e question·rio sociodemogr·fico apontaram a situaÁ„o das mulheres nos agregados familiares. Em 85% dos casos, as mulheres s„o as principais respons·veis pelos cuidados com a ·gua nos domicÌlios. 15% das mulheres s„o pretas/negras, enquanto (75%) s„o pardas. 70,13% das mulheres do universo da amostra estavam em idade menstrual, demonstrando vulnerabilidade quanto a higiene feminina. TambÈm foram avaliadas a renda e o trabalho domÈstico n„o remunerado associados ‡ maior inseguranÁa hÌdrica. AtravÈs de 12 vari·veis da escala avaliouse nas quatro ˙ltimas semanas a frequÍncia em que houve preocupaÁ„o, interrupÁ„o ou impedimentos para lavagem de roupas, lavagem das m„os e banho. Avaliou-se mudanÁas no planejamento di·rio em raz„o da interrupÁ„o ou ausÍncia de ·gua, mudanÁas ou impedimento no preparo dos alimentos. As demais vari·veis verificadas a nÌvel domiciliar referem-se ao stress percebido (vergonha, raiva ou irritaÁ„o) em relaÁ„o ‡s formas de obtenÁ„o, gest„o domÈstica e armazenamento da ·gua que consomem, a disponibilidade de ·gua para beber a partir da preferÍncia das mulheres que compunham os agregados familiares. Casas com maior n˙mero de mulheres, tendem a possuir maior inseguranÁa hÌdrica, indicando que mulheres est„o mais vulner·veis a questıes como higiene menstrual e atividades de cuidados domÈsticos que inclui cuidado com crianÁas, idosos e pessoas em adoecimento nos domicÌlios. A identificaÁ„o e caracterizaÁ„o da inseguranÁa hÌdrica, bem como a gest„o domiciliar da ·gua na regi„o AmazÙnica fomentam o debate sobre polÌticas p˙blicas numa perspectiva de gÍnero.
URI: https://repositorio.ufopa.edu.br/jspui/handle/123456789/1214
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