Geologia e petrografia do Complexo São José, Região Sul de Uruará, Porção Oeste do Domínio Bacajà, Província Transamazonas

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Universidade Federal do Oeste do Pará

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Based on field data and petrographic analyses, integrated with a review of previous studies, this study re-evaluates the spatial distribution, internal structure, and contact relationships of the São José Complex, whose protolith is dated at 2.50 Ga, and reinterprets the petrological and tectonic context of this unit, located in the southern portion of Uruará, Pará State, geologically situated in the northwesternmost sector of the Bacajá Domain, within the south-central part of the Transamazonian Province, Amazonian Craton. The São José Complex, previously interpreted as a preserved igneous unit, is composed mainly of biotite tonalites and biotite granodiorites, with subordinate granites commonly crosscut by aplitic dikes, the São José Complex is here reinterpreted and a new geological map is proposed. Nine petrographic varieties of metagranitoids have been identified: (i) hornblende-bearing metatonalites, including biotite-hornblende metatonalite (BHTn) and hornblende-biotite metatonalite (HBTn); (ii) biotite-bearing metagranitoids, including biotite metatonalite (BTn), biotite metagranodiorite (BGd), and biotite metamonzogranite (BMzG); (iii) garnet-bearing granitoids, represented by garnet-biotite metatonalite (GBTn) and garnet-biotite metagranodiorite (GBGd); and (iv) muscovite-bearing metagranodiorites, including biotite-muscovite metagranodiorite (BMGd) and muscovite-biotite metagranodiorite (MBGd). Additionally, amphibolite lenses and BIF xenoliths were described. Structurally, the São José Complex shows low-strain domains with weak deformation and high-strain zones close to major shear zones, which are characterized by NW–SE trending mylonitic foliation dipping 60–80° / NE. The foliation trajectory transects the unit, suggesting structural continuity with adjacent lithostratigraphic units. Aerogeophysical imagery reveals a prominent NE–SW-trending lineament (interpreted as a shear zone) that crosscuts the São José Complex and truncating the regional NW–SE shear zones. The geological context and available data, particularly the protolith age of 2.50 Ga, support the interpretation that these rocks are metamorphic rather than preserved igneous bodies, as initially proposed. The mineral assemblage of the metagranitoids, plagioclase +quartz +biotite ±alkali feldspar ±hornblende ±garnet ±muscovite, supports a metamorphic origin under amphibolite-facies conditions. However, in QAP diagrams, the metagranitoids plot along a trend consistent with fractional crystallization, suggesting that their tonalitic protoliths evolved through a calc-alkaline granodioritic series. This interpretation is supported by the presence of hornblende in several varieties and implies hornblende±plagioclase fractionation. The garnet-bearing tonalites and muscovite-bearing granodiorites may have originated from more evolved protoliths, possibly involving sedimentary contributions. In terms of tectonic setting, the protoliths of this unit were likely formed in an Archean island-arc environment (~2.50 Ga), analogous to the rocks of the Uruará Orthogneiss, and were later metamorphosed during the collisional peak of the Transamazonian Orogeny (~2.10 Ga), i.e., ~400 Ma after the formation of their protoliths. Due to regional-scale similarities, it is proposed that the São José Complex be grouped within the same tectonic association as the Uruará Orthogneiss

Resumo

Baseado em dados de campo e petrografia aliados à uma revisão de trabalhos anteriores, este estudo reavalia a distribuição espacial, estrutura interna e as relações de contato do Complexo São José, com protólito datado em 2,50 Ga, e reinterpreta o contexto petrológico e tectônico desta unidade, localizada na porção sul de Uruará-PA, geologicamente situada no extremo noroeste do Domínio Bacajá, no centro-sul da Província Transamazonas, Cráton Amazonas. O Complexo São José, anteriormente definido como uma unidade ígnea preservada, é composto por biotita tonalitos e biotita granodioritos, com granitos subordinados. Este estudo propõem um novo mapa geológico para o Complexo São José, além de identificar nove variedades petrográficas de metagranitoides, integradas em quatro grupos: (i) metatonalitos com hornblenda, composto por biotita-hornblenda metatonalito (BHTn) e hornblenda-biotita metatonalito (HBTn); (ii) biotita metagranitoides, representado pelas variedades biotita metatonalito (BTn), biotita metagranodiorito (BGd) e biotita metamonzogranito (BMzG); (iii) granitoides com granada, composto por granada-biotita metatonalito (GBTn) e granada-biotita metagranodiorito (GBGd); e (iv) metagranodioritos com muscovita, constituído por biotita-muscovita metagranodiorito (BMGd) e muscovita-biotita metagranodiorito (MBGd). Adicionalmente foram descritas lentes de anfibolito e xenólitos de BIFs. Estruturalmente, o Complexo São José pode apresentar aspecto pouco deformado em domínios de menor strain ou fortemente deformado próximo às zonas de cisalhamento (transpressivo sinistral dominado por cisalhamento puro), caracterizados por foliação milonítica de direção NW-SE e mergulhos de 60–80° / NE. A trajetória da foliação transpõe à unidade, sugerindo uma continuidade do padrão estrutural dessas rochas com as unidades adjacentes. Em imagens aerogeofísicas é notável um grande lineamento (zona de cisalhamento inferida) que corta as rochas do Complexo São José na direção NE-SW, truncando as zonas de cisalhamento de direção regional NW-SE. O contexto geológico e os dados disponíveis para o Complexo São José, com destaque para a idade do protólito de 2,5 Ga, sugerem que essas rochas devem ser descritas e classificadas como metamórficas, ao invés de ígneas preservadas, conforme definição inicial. A mineralogia dos metagranitoides é caracterizada por plagioclásio +quartzo +biotita ±álcali-feldspato ±hornblenda ±granada ±muscovita e suporta uma origem metamórfica sob condições de fácies anfibolito. Entretanto, vale destacar que, no diagrama QAP os metagranitoides plotam seguindo um trend de cristalização fracionada, o que pode indicar que seus protólitos tonalíticos evoluíram através de uma série cálcio-alcalina granodiorítica para formar os protólitos dos metagranodioritos. Já os metatonalitos com granada e os metagranodioritos com muscovita poderiam se formar a partir de protólitos ainda mais evoluídos, possivelmente envolvendo contribuição sedimentar em sua formação. Em termos de ambiente tectônico, os diferentes protólitos dessa unidade foram provavelmente formados em um ambiente de arco de ilhas arqueano (2,5 Ga), de modo análogo as rochas do Ortognaisse Uruará, metamorfizados durante o pico colisional do Evento Transamazônico, em ~2,1 Ga, ou seja, 400 milhões de anos após a formação dos protólitos dessas unidades. Devido as similaridades entre essas duas unidades, em nível regional, sugere-se agrupar o Complexo São José na mesma associação tectônica do Ortognaisse Uruará.

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FERNANDES, Ana Luiza Dias. Geologia e petrografia do Complexo São José, Região Sul de Uruará, Porção Oeste do Domínio Bacajà, Província Transamazonas. Orientador: Luciano Ribeiro da Silva. Coorientador: Rodrigo Fabiano Silva Santos. 2025. 50 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Geologia) - Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, 2025. Disponível em: https://repositorio.ufopa.edu.br/handle/123456789/3020

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