Individuais x coletivos: disputas territoriais e identitárias em repartimentos dos pilões, Vale do Jari

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Universidade Federal do Oeste do Pará

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This essay aimed to understand social processes that have contributed to the agravation of agrarian and socioenvironmental conflicts that, in the last few years, have anguished several agricultural-extractive communities in the Jari valley, at Almeirim, Pará. The research conducted between 2017 and 2019, at Repartimento dos Pilões – the local community chosen for this ethnographic experience about conflict – gave birth to descriptions and further support of anthropological reflections intended to unveil strategies through which two quarreling groups build their differences, in both discourse plan and social practices, to legitimize certain ways to use the land and its natural resources. The residents of Repartimento dos Pilões are divided into two opposing groups, self-proclaimed as the “Individuals” and “Collectives”. The results of this research suggest that, in the most immediate ways, the difference between the groups is based in their differing expectations on how rights to this land should be handled: while the “Individuals” hope to seize private ownership of the land they occupy for living and agriculture, the “Collectives” demand control over extensions of land that correlate to areas set for residential and collective use, mainly forests in the vicinity of the community. It becomes very clear that, aside from rights to own the land and the natural resources contained within this land, each group is represented as an individual way of life. Establishing themselves as individuals with differing rights over land that was shared until then, leading a conflict that is a symbol of environmental and agrarian disputes in the Amazonian territory.

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Este trabalho buscou compreender processos sociais que têm contribuído para o acirramento dos conflitos agrários e socioambientais que, nos últimos anos, têm assolado diversas comunidades agroextrativistas no vale do Jari, em Almeirim, Pará. A pesquisa empreendida entre 2017 e 2019, em Repartimento dos Pilões 􀀀 comunidade local eleita para esta experiência etnográfica sobre conflito 􀀀 gerou descrições e deu suporte a reflexões antropológicas no intuito de revelar estratégias por meio das quais dois grupos em disputa constroem diferenciações, no plano do discurso e da prática social, para legitimar determinados modos de uso da terra e dos recursos naturais. Os moradores de Repartimento dos Pilões dividem-se em dois grupos que se opõem, autodefinidos como “individuais” e “coletivos”. Os resultados do trabalho sugerem que, no plano mais imediato, a divergência dos grupos funda-se em diferentes expectativas de direitos sobre a terra: enquanto os “individuais” esperam obter títulos particulares dos terrenos que ocupam para moradia e agricultura, os “coletivos” reivindicam o domínio sobre extensões de terra correspondentes a áreas de moradia e uso coletivo, sobretudo as florestas no entorno da sede da comunidade. Em outro plano, fica claro que, para além do estrito direito à terra e aos recursos naturais, cada grupo se autorrepresenta como sujeito de um modo de vida. Colocando-se ambos como sujeitos de direitos distintos sobre uma mesma área até então compartilhada, protagonizam um conflito que é emblemático das disputas ambientais e fundiárias instaladas no território amazônico.

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Citação

BARRETO, Juliana Leide Marques Bentes. Individuais x coletivos: disputas territoriais e identitárias em repartimentos dos pilões, Vale do Jari. Orientadora: Luciana Gonçalves de Carvalho. 2019. 75 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Antropologia) – Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufopa.edu.br/handle/123456789/2461

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