O etnoconhecimento de mulheres ribeirinhas sobre plantas nas comunidades de Porto Novo e Cajutuba– Belterra, Pará
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Universidade Federal do Oeste do Pará
Resumo
The traditional knowledge of Amazonian riverside women regarding plants is extremely
diverse, representing a rich collection of empirical wisdom passed down through
generations. This knowledge is essential for their subsistence, being utilized in various
aspects of daily life such as food, medicine, crafts, ritualistic practices, and
construction. Ethnobotany is the scientific discipline dedicated to documenting and
studying these traditional practices, with the aim of preserving and appreciating them.
Based on this context, the present study aimed to investigate the ethnoknowledge of
women regarding plants in the riverside communities of Porto Novo and Cajutuba,
located in Belterra, Pará. The geographic coordinates of these communities are
Latitude 02° 38' 11" south and Longitude 54° 56' 14" west. The research was carried
out in five distinct stages, allowing for a comprehensive and in-depth approach to the
topic. 1) Presentation of the research to community leaders, where they provided their
Prior Informed Consent. 2) Semi-structured interviews with 20 women to gather
ethnoknowledge data about plants. 3) Taxonomic identification of medicinal plants. 4)
Calculation of ethnobotanical variables, relative citation frequency (RCF), and use
value (UV). 5) Creation of an Ethnobotanical Atlas. In the research, women reported a
total of 125 plant species, belonging to 52 botanical families, with Lamiaceae,
Arecaceae, Solanaceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, and Fabaceae being the most
representative. The most commonly used therapeutic preparations were: Tea
(22.94%), baths (6.82%), and juice (3.1%). The respective medicinal species
demonstrated the highest RCFs, with Lippia alba (0.8), Citrus sp. (0.75), Cymbopogon
citratus (0.55), and Aloe vera (0.45) being the most important species for treating
diseases in the communities. The UV identifies which species are most versatile and
have various practical and cultural applications in the studied communities. The UV
highlighted 1.1 for Citrus sp. (culinary), 1 for Lippia alba (medicinal), 0.05 for Alpinia
serumbet (baths), 0.6 for Ruta graveolens (ritual), and 0.06 for Adenium obesum
(ornamental). By documenting and understanding the cultural connection between
riverside women and the plants around them, this research aims to enrich scientific
knowledge about regional biodiversity and contribute to the respect and conservation
of these ancestral practices that hold significant importance for the identity and
livelihood of these communities.
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Os conhecimentos tradicionais das mulheres Amazônicas ribeirinhas sobre as plantas
são extremamente diversificados, representando um rico acervo de saberes empíricos
transmitidos ao longo de gerações. Esses conhecimentos são fundamentais para sua
subsistência, sendo utilizados de diversas formas no cotidiano, como na alimentação,
medicina, artesanato, práticas ritualísticas, construção. A Etnobotânica é a ciência que
se dedica a documentar e estudar esses saberes tradicionais, com o objetivo de
contribuir para a sua preservação e valorização. Com base nesse contexto, o presente
trabalho teve como propósito investigar o etnoconhecimento das mulheres sobre
plantas das comunidades ribeirinhas de Porto Novo e Cajutuba, localizadas em
Belterra, Pará. As coordenadas geográficas dessas comunidades são Latitude 02º 38’
11” sul e Longitude 54º 56’ 14” oeste. A pesquisa foi conduzida em cinco etapas
distintas, permitindo uma abordagem abrangente e aprofundada do tema em
questão.1) Apresentação da pesquisa para as lideranças comunitárias, onde foi
assinado por estes o Termo de Anuência Prévia. 2) Entrevistas semiestruturas com
20 mulheres para coletar dados de etnoconhecimento de plantas. 3) Identificação
taxonômica das plantas medicinais. 4) Cálculo das variáveis Etnobotânicas,
frequência relativa de citação (FRC) e valor de uso (UV). 5) Fabricação de Atlas
Etnobotânico. As mulheres relataram na pesquisa um total de 125 espécies de
plantas, distribuídas 52 famílias botânicas, sendo Lamiaceae, Arecaceae,
Solanaceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Fabaceae, as mais representativas. As
preparações terapêuticas mais usadas foram: Chá (22, 94%), banho (6,82%) e suco
(3,1%). As respectivas espécies medicinais demonstraram os maiores FRC, Lippia
alba (0,8), Citrus sp. (0,75), Cymbopogon citratus (0,55), Aloe vera (0,45), sendo estas
as espécies mais importantes para tratar doenças nas comunidades. O UV identifica
quais espécies são mais versáteis e possuem diversas aplicações práticas e culturais
nas comunidades estudadas. O UV evidenciou 1,1 para Citrus sp. (alimentícia), 1 para
Lippia alba (medicinal), 0,05 para Alpinia zerumbet (banho), 0,6 para Ruta graveolens
(reza) e 0,06 para Adenium obesum (ornamental). Ao registrar e compreender o
vínculo cultural entre as mulheres ribeirinhas e as plantas ao seu redor, espera-se
enriquecer o conhecimento científico sobre a biodiversidade regional, bem como
contribuir para o respeito e a conservação dessas práticas ancestrais tão significativas
para a identidade e sustento dessas comunidades.
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Citação
SILVA, Elimary Elanne Santos da. O etnoconhecimento de mulheres ribeirinhas sobre plantas nas comunidades de Porto Novo e Cajutuba– Belterra, Pará. Orientadora: Patrícia Chaves de Oliveira. 2023 141 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Oeste do Pará, Instituto de Engenharia e Geociências. Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia. Santarém, 2023. Disponível em: https://repositorio.ufopa.edu.br/handle/123456789/1749

