Mercúrio total em Cichla spp. , comercializados em Santarém, PA, Amazônia, Brasil

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Universidade Federal do Oeste do Pará

Resumo

Mercury (Hg) is a toxic heavy metal, and its presence in the aquatic environment has raised significant concerns due to public health risks. Human exposure to Hg mostly occurs through the consumption of fish containing concentrations that exceed the limits established by regulatory agencies. In this study, we evaluated the total mercury (HgT) concentrations in peacock bass (Cichla spp., n=40) sold at the Santarém Fish Market, Pará, during the months of May and July 2024. The objective was to outline the mercury contamination profile, verify the relationship with biometric variables (weight and standard length), compare the results to the established commercialization limits (ANVISA), and determine the maximum amount of peacock bass that can be consumed by the population without potential health risks. The HgT concentration was determined by atomic absorption spectrometry using a DMA80 equipment (Milestone, Italy). All results were presented as mean ± standard error of the selected parameters. Considering the analyzed specimens, they showed an average standard length of 27.9 ± 2.5 cm and an average weight of 700 ± 311.5 g. The HgT concentrations had an average of 0.18 ± 0.1 mg of Hg/Kg of fish (minimum of 0.03 and maximum of 0.55). After data analysis, a moderate, negative correlation was found between HgT concentration, weight (r = -5.9), and standard length (r = -4.6) of the analyzed specimens. This means that the greater the observed weight and standard length, the lower the Hg concentration tended to be. One possible explanation for this unexpected negative correlation is that the collected sample may not be representative of the general peacock bass population. Other factors, such as sample selection, specific environmental conditions (e.g., the location where specimens were captured), and the sample collection period, may have influenced the results. When compared to the values specified by ANVISA, the Hg levels found in all analyzed specimens were below the maximum permitted limit, which is 1.0 mg/Kg for predatory fish. However, it is worth noting that the ingested amounts need to be analyzed, since the tolerable weekly intake of MeHg for humans was determined to be 1.6 μg/kg of body weight, and the daily intake to be up to 0.23 μg/kg (FAO/WHO, 2004). Therefore, considering the average HgT concentration found (0.18 ± 0.1 mg of Hg/Kg of fish) and an average protein consumption of 250g per meal, a person weighing 70 kg can only have 2 meals containing peacock bass per week / 10 meals per month. It is worth noting that for young people and pregnant women, these values should be halved. Thus, despite the observed levels being within safety standards and therefore permissible for commercialization, the recorded values indicate the need for continuous monitoring to ensure the population's food safety. The results presented here can contribute to understanding the dynamics of mercury contamination in Amazonian fish, highlighting the importance of control and awareness actions.

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O mercúrio (Hg) é um metal pesado tóxico, e sua presença no ambiente aquático tem causado grande preocupação devido aos riscos à saúde pública. A exposição humana ao Hg ocorre, em sua maioria, pelo consumo de peixe contendo concentrações que ultrapassam os limites estabelecidos por Agencias Reguladoras. No presente estudo, avaliamos as concentrações de mercúrio total (HgT) em tucunarés (Cichla spp., n=40) comercializados na Feira do Pescado de Santarém, Pará, durante os meses de maio e julho de 2024. O objetivo foi traçar o perfil de contaminação mercurial, verificar a relação com variáveis biométricas (peso e comprimento padrão), comparar os resultados aos limites estabelecidos para comercialização (ANVISA), bem como determinar a quantidade máxima de tucunaré que pode ser consumida pela população, sem potenciais riscos à saúde. A concentração de HgT foi determinada por espectrometria de absorção atômica, em equipamento DMA80 (Milestone, Itália). Todos os resultados foram apresentados como média ± erro-padrão dos parâmetros selecionados. Considerando os espécimes analisados, estes apresentaram comprimento padrão médio de 27,9 ± 2,5 cm e peso médio de 700 ± 311,5 g. As concentrações de HgT apresentaram média de 0,18 ± 0,1 mg de Hg/Kg de peixe (mínimo de 0,03 e máximo de 0,55). Após análise dos dados, foi possível verificar uma correlação moderada, negativa, entre a concentração de HgT, peso (r = -5,9) e comprimento padrão (r = -4,6) dos espécimes analisados. Isso significa que, quanto maior o peso e comprimento padrão observados, observou-se uma tendência de diminuição na concentração de Hg. Uma possível explicação para essa correlação negativa inesperada é que a amostra coletada pode não ser representativa da população geral de tucunarés. Outros fatores como seleção de amostra, condições ambientais específicas, tais como o local de captura dos espécimes, bem como o período de coleta das amostras, podem ter influenciado os resultados. Quando comparados aos valores especificados pela ANVISA, os níveis de Hg encontrados em todos os exemplares analisados estavam abaixo do limite máximo permitido, que é de 1,0 mg/Kg de peixes predadores. No entanto, vale ressaltar que as quantidades ingeridas precisam ser analisadas, uma vez que a ingestão semanal de MeHg tolerável para humanos foi determinada em 1,6 μg/kg de peso corporal, e a ingestão diária em até 0,23 μg/kg (FAO/WHO, 2004). Dessa forma, considerando a concentração média de HgT encontrada (0,18 ± 0,1 mg de Hg/Kg de peixe), e um consumo médio de 250g de proteína por refeição, uma pessoa de 70 kg só poderá comer 2 refeições contendo tucunaré, por semana/10 refeições por mês. Vale ressaltar que para jovens e mulheres em período gestacional, estes valores devem ser reduzidos pela metade. Dessa forma, apesar dos níveis observados estarem dentro dos padrões de segurança e, portanto, permissíveis para comercialização, os valores registrados indicam a necessidade de monitoramento contínuo para garantir a segurança alimentar da população. Os resultados aqui apresentados podem contribuir para a compreensão da dinâmica de contaminação mercurial em pescados amazônicos, destacando a importância de ações de controle e conscientização.

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CASTRO, Cynthia Carvalho. Mercúrio total em Cichla spp., comercializados em Santarém, PA, Amazônia, Brasil. Orientador: Ricardo Bezerra de Oliveira. Coorientadora: Domingas Machado da Silva. 2025. 42 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biologicas). Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, 2025. Disponível em: https://repositorio.ufopa.edu.br/handle/123456789/2956

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