Mapeamento geológico da Porção Sul de Uruará, Oeste do Pará: evolução do conhecimento geológico do Extremo Noroeste do Domínio Bacajá, Província Transamazonas
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Universidade Federal do Oeste do Pará
Resumo
Based on the integration of field and petrographic data, the interpretation of shaded relief images and airborne geophysics (gamma spectrometry and magnetometry), and a review of previous work, this paper proposes an integrated geological map for the study area, located in the southern portion of Uruará-PA, in the extreme northwestern of the Bacajá Domain, south-central Transamazonas Province. The results allow us to reflect on the evolution of geological knowledge in the area, as well as to compare the different lithostratigraphic units and discuss the tectonic evolution of these rocks. The proposed geological map includes five lithostratigraphic units: (i) São José Complex (2.50 Ga); (ii) Uruará Orthogneiss (2.50 Ga); (iii) Canaã Granite (2.10 Ga); (iv) Sant’Ana Granite (2.12–1.99 Ga); and (v) Uirapuru Granite (undated), in addition to a body from the Arapari Intrusive Suite. These rocks are overlain to the west by the volcanic rocks of the Iriri Domain and to the north by the sedimentary rocks of the Amazon Basin. Structurally, the bodies of the different units occur elongated in a NW-SE to E-W direction and show little deformed aspects in low-strain to strongly deformed domains near shear zones, which are subparallel to the NW-SE mylonitic foliation, with dips > 60°/NE. The foliation trajectory transposes the different units and suggests a continuity of the structural pattern following the regional trend (NW-SE), indicating that these rocks were simultaneously deformed under main NE-SW forces. Three families of structural lineaments occur in the area: (i) the NW-SE to WNW-ESE family, defined by magnetic lineaments, mainly affects the São José Complex and is interpreted as sinistral transpressive shear zones, dominated by pure shear, as indicated by field data; (ii) the NE-SW family, essentially defined by a large magnetic lineament and truncating the regional NW-SE trending lineaments. This structure was interpreted as an inferred shear zone, since no points (outcrops) have been mapped on this lineament and appears to displace the regional shear zones counterclockwise. The origin of this structure may be associated with different events, from the final stage of the Transamazonian Thrust itself (2.2–1.9 Ga) to younger events, such as the breakup of the Pangea supercontinent (~201 Ma); and (iii) the NNE-SSW family, defined by positive relief lineaments, is associated with small mining operations and occurs under cataclastic breccias, suggesting that they are fault zones that affected the crust in a brittle regime after the Trans-Amazonian Event. In terms of tectonic setting, the São José Complex and the Uruará Orthogneiss, with protoliths dated at 2.50–2.44 Ga, were formed in an Archean-Siderian island arc environment and subsequently metamorphosed during the collisional peak of the Trans-Amazonian Event (~2.1 Ga). On the other hand, the Canaã, Sant’Ana, and Uirapuru granites were emplaced contemporaneously with the regional collisional peak (~2.1 Ga) and can be interpreted as syntectonic granites formed in a syn- to late-collisional environment, with emplacement controlled by preexisting shear zones. A second pulse from the Sant’Ana Granite, dated at 1.99 Ga, is associated with crustal relaxation in a post-orogenic setting in relation to the Trans-Amazonian Event.
Resumo
Com base na integração de dados de campo e petrografia, na interpretação de imagens de relevo sombreado e aerogeofísicas (gamaespectrometria e magnetometria) e na revisão de trabalhos anteriores, este trabalho propõe um mapa geológico integrado para a área de estudo, situada na porção sul de Uruará-PA, no extremo noroeste do Domínio Bacajá, centro-sul da Província Transamazonas. Os resultados permitiram refletir sobre a evolução do conhecimento geológico da área, bem como comparar as diferentes unidades litoestratigráficas e discutir sobre a evolução tectônica dessas rochas. No mapa geológico proposto ocorrem cinco unidades litoestratigráficas: (i) Complexo São José (2,50 Ga); (ii) Ortognaisse Uruará (2,50 Ga); (iii) Granito Canaã (2,10 Ga); (iv) Granito Sant’Ana (2,12–1,99 Ga); e (v) Granito Uirapuru (sem datação), além de um corpo da Suíte Intrusiva Arapari. Essas rochas são recobertas a oeste pelas rochas vulcânicas do Domínio Iriri e a norte pelas formações sedimentares da Bacia do Amazonas. Em termos estruturais, os corpos das diferentes unidades ocorrem alongados na direção NW-SE a E-W e mostram aspectos pouco deformados em domínios de baixo strain a fortemente deformados próximos às zonas de cisalhamento, que são subparalelas à foliação milonítica NW-SE, com mergulhos > 60°/NE. A trajetória da foliação transpõe as diferentes unidades e sugere uma continuidade do padrão estrutural seguindo o trend regional (NW-SE), o que indica que essas rochas foram simultaneamente deformadas sob esforços principais de direção NE-SW. Na área ocorrem três famílias de lineamentos estruturais: (i) a família NW-SE a WNW-ESE, definida por lineamentos magnéticos, afeta principalmente o Complexo São José e é interpretada como zonas de cisalhamento transpressivo sinistral, dominado por cisalhamento puro, conforme indicado pelos dados de campo; (ii) a família NE-SW é essencialmente definida por um grande lineamento magnético e trunca os lineamentos regionais de direção NW-SE. Essa estrutura foi interpretada como uma zona de cisalhamento inferida, visto que não foram mapeados pontos (afloramentos) sobre esse lineamento e parece deslocar as zonas de cisalhamento regionais no sentido anti-horário. A origem dessa estrutura pode estar associada a diferentes eventos, desde o estágio final do próprio Transamazônico (2,2–1,9 Ga), até eventos mais jovens, como a quebra do Supercontinente Pangeia (~201 Ma); e (iii) a família NNE-SSW, definida por lineamentos de relevo positivo, é associada à pequenos garimpos e ocorre sob brechas cataclásticas, sugerindo se tratar de zonas de falhas que afetaram a crosta em regime rúptil, após o Evento Transamazônico. Em termos de ambiente tectônico, o Complexo São José e o Ortognaisse Uruará, com protólitos datados em 2,50–2,44 Ga, foram formados em um ambiente de arco de ilhas arqueano-sideriano e posteriormente metamorfizados durante o pico colisional do Evento Transamazônico (~2,1 Ga). Por outro lado, os granitos Canaã, Sant’Ana e Uirapuru foram alojados contemporaneamente ao pico de colisão regional (~2,1 Ga) e podem ser interpretados como granitos sintectônicos formados em um ambiente sin- a tardi-colisional, com colocação controlada por zonas de cisalhamento preexistentes. Um segundo pulso do Granito Sant’Ana, datado em 1,99 Ga, está associado a relaxamento crustal em um cenário pós-orogênico em relação ao Evento Transamazônico.
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FERREIRA, Clêiton Chaves. Mapeamento geológico da Porção Sul de Uruará, Oeste do Pará: evolução do conhecimento geológico do Extremo Noroeste do Domínio Bacajá, Província Transamazonas. Orientador: Luciano Ribeiro da Silva. 2025. 74 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Geologia) - Universidade Federal Oeste do Pará, Santarém, 2025. Disponível em: https://repositorio.ufopa.edu.br/handle/123456789/3023

