Cuidado em saúde de mulheres ribeirinhas: relações de saber-poder no interior da Amazônia
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Universidade Federal do Oeste do Pará
Resumo
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A presente pesquisa teve como objetivos analisar as práticas de saber e poder presentes no cotidiano de mulheres ribeirinhas, acerca do cuidado em saúde, a fim de conhecer o perfil, modo de vida e organização social das mulheres ribeirinhas e analisar no discurso das mulheres ribeirinhas como a relação saber-poder se revela nas relações de cuidado da saúde. Apoiado no referencial teórico das Práticas Populares de Cuidado, tendo como base metodológica o método arqueológico de Michel Foucault. Para a produção dos dados foram realizadas entrevistas e aplicação de questionário sócio epidemiológico no período de julho de 2017. Participaram dessa pesquisa 22 mulheres da Comunidade de Mentai, localizada na Resex Tapajós-Arapiuns em Santarém – PA. A análise dos dados se deu por meio da Análise Foucaultiana do Discurso. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, de acordo com protocolo CAAE: 66666817.8.0000.5168. E mediante autorização do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), bem como da Secretaria Municipal de Saúde de Santarém. O presente estudo foi desenvolvido seguindo as exigências da Resolução do Conselho Nacional de Saúde-CNS Nº466/2012. O cotidiano vivenciado na comunidade proporcionou observar um pouco da rotina das mulheres, suas vivências, suas redes de cuidado e seus papeis sociais, e também conhecer a realidade da comunidade de Mentai a partir destas
mulheres. Para análise e discussão dos dados emergiram as seguintes categorias: As mulheres de Mentai, Saúde e Doença, O cuidado e Os saberes produzidos pelos atravessamentos de discursos. A análise dos dados aponta que a organização social e o modo de vida das mulheres de Mentai se assemelham muito as demais comunidades ribeirinhas da Amazônia, essas mulheres atrelam as concepções de saúde, doença e cuidado, principalmente, à higiene e cuidados com o próprio corpo e, manejam os diferentes dispositivos disponíveis para o Cuidar: unidade de saúde, enfermeira, agente comunitário de saúde, benzedores, puxadores, dentre outros. Para essas mulheres ter cuidado é cuidar da alimentação, da higiene, das roupas,
da limpeza da casa e do quintal e, os cuidados com a saúde estão atrelados a cosmovisão das populações ribeirinhas da Amazônia. Os conhecimentos e práticas, sobre saúde e cuidado, das mulheres de Mentai são influenciados tanto pelo discurso dos profissionais de saúde que atuam na comunidade de forma permanente ou não, como também pelo saber popular compartilhado entre elas, suas famílias, vizinhos e amigos. Entendemos que no processo saúde e doença a grande habilidade do profissional de saúde está em ouvir o outro, ir além de sinais e sintomas, compreender a complexidade que o outro é e as inúmeras possibilidades e positividades que o seu corpo possui. Ampliamos, também, o entendimento do saber popular enquanto algo que pode agregar ao processo terapêutico, e não uma barreira entre a cultura e a medicina moderna.
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BAGATA, Layla de Cassia Bezerra. Cuidado em saúde de mulheres ribeirinhas: relações de saber-poder no interior da Amazônia. Orientador: Edna Ferreira Coelho Galvão. 2018. 112f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Sociedade) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Sociedade, Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, 2021. Disponível em:https://repositorio.ufopa.edu.br/handle/123456789/544
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